domingo, 24 de agosto de 2014

“Cuspe e promessa são os que mais se perdem”


Acompanhando diariamente a movimentação dos principais candidatos ao governo da Bahia, chegamos à conclusão, diante das promessas  feitas a cada visita a uma região, que o Estado na fase atual se encontra em tal situação de miséria, em termos organizacionais e administrativos, que ousaria até afirmar que o barco está a deriva, tamanho o volume de críticas, as quais não tem partido apenas da oposição, as quais teriam até sentido,  pois para eles, quanto pior melhor, mais, e principalmente, tomando por base as propostas apresentadas pelo candidato da situação, onde afirma claramente que na Bahia tudo está por fazer e por acontecer, dando a entender que nada existe em relação a projetos estruturantes no atual governo.
E olha que estamos falando de um candidato que passou quase os 08 anos em cargos de relevo e de tomada de decisões, sendo considerado se não o mais forte, mais um dos mais fortes assessores do atual governo baiano.
Pelas promessas que temos ouvido e lido, os candidatos dão a entender que dinheiro na sua gestão não será problema, apesar de reconhecerem que o Estado, na atual gestão passa por dificuldades financeiras, fruto de uma administração que cometeu erros primários, os quais por certo eles não cometerão e a grana irá jorrar as fartas.
Agora, como irão transformar o estado atual de penúria em um novo eldorado, isto eles não dizem, talvez possuam uma varinha de condão às escondidas, ou por certo, estarão a espera de passar as eleições e depois de empossado o vencedor, aí começará o chororô e as mesmas desculpas de sempre pelas promessas mão cumpridas, engavetadas e ou esquecidas. De repente ficarão com amnésia.
As propostas até agora apresentadas sobre forma de promessas, todas, tanto da oposição como situação, nada mais são do que críticas veladas a inoperância do Governo Wagner, um gestor que muito prometeu, que levou sonhos à população e pouco realizou, fruto da incompetência como administrador e pelas escolhas erradas de profissionais para assessorá-lo, cuja escolha primou por optar por pessoas do seu círculo de amizade ou partidária, mesmo que não tivessem méritos para exercer a função determinada. E o pior, que as burradas continuam se sucedendo até os dias atuais.
Isto ocorreu nas indicações para secretárias e órgãos vitais, como na  Fazenda, por exemplo, onde está localizado o coração do funcionamento da máquina administrativa, que teve por quase sete anos um dos piores profissionais que já assumiram aquela secretaria, cujo mérito maior, foi desmontar toda estrutura fazendária, levando o Estado quase a falência. Como ela, outras enfrentaram os mesmos problemas em relação a escolha do gestor, com nomes sem qualquer conhecimento técnico da área. Em outras, as dificuldades criadas em razão das constantes substituições do seu titular, como no caso do Planejamento, outro órgão vital para a estrutura administrativa.
Aliado a escolhas de nomes sem méritos para os cargos, os desmandos da gestão se acumularam ao promover o inchaço da máquina estatal, criando inúmeras secretarias e órgão, com um único objetivo, o de atender aos partidos aliados e ou para cooptar novos partidos e ou políticos fisiologistas que não sabem viver sem se servir dos cargos públicos, e logicamente sempre próximos ao Poder.
Transformaram a máquina pública em um monstrengo difícil de gerir e cujas secretarias e órgãos criados que até hoje a sociedade, que é quem financia, sequer sabe que existem e que por certo funcionariam  muito melhor se fosse um departamento ou até mesmo uma gerencia subordinada a uma secretaria.
Diante desse de quadro de ineficiência até se entenderia as críticas da oposição, mais não se compreende, pelo menos até o momento, que a situação não apresente à sociedade, propostas de continuidade de um governo o qual eles dizem ser exitoso, mas que nas suas andanças pela Bahia, pelo menos nas promessas, demonstra que tudo que aí está deve ser modificado e muita coisa deve ser criada e ou projetada.
Prometem no sertão construir barragens e buscar soluções para a seca, prometem no sul regionalizar a saúde, prometem no recôncavo construir hospitais, prometem no Oeste vias de escoamento da produção. E vão por ai prometendo. Por onde passam é só promessas, dando a entender que a Bahia será outra sobre o seu controle. Não se vê a continuidade ou conclusão de qualquer projeto do governo atual. Estranho não? Será que nada está sendo feito ou o que foi feito não presta?
Diante de tantas promessas, o eleitor fica sem entender qual a sua participação, pois tentam confudi-lo com propostas miraculosas e encherem sua cabeça de sonhos, que sabem que jamais tornarão em realidade. Querem apenas o voto. Isto é certo.
Não entendem os candidatos que a população já está cansada de sonhos e fantasias e o que ela deseja na realidade, são coisas simples, sem muitas promessas.
O que a sociedade quer são hospitais públicos, postos e outros serviços da área de saúde funcionando e bem, onde se estirpe do seu dia a dia o câncer maldito da ingerência política, onde para ser atendido tem que ter um bilhete de um político e os cargos loteados por nomes indicados por deputados, prefeitos e ou financiadores de campanha. Que o dinheiro seja aplicado de forma planejada e correta, sem o vício da corrupção e sem roubalheira ou desvio de finalidades.
O que a população quer é ver a escola pública funcionando e bem, com professores bem remunerados, motivados, sendo lhes dada as condições de trabalho ideias para que possam bem executar sua tarefa. O que se deseja são escolas com o mínimo de conforto, climatizadas bem equipadas que tragam ao aluno o desejo e a vontade de nela ficar ou permanecer, com boas bibliotecas e área para a prática esportiva.
O que a população deseja, é ter a certeza que vai sair de casa para trabalhar, ir ao comércio ou sair para o lazer e ter a certeza que voltará para o seu lar sem ter sofrido agressões, seja por marginais ou pela própria polícia, que esconde na violência contra o cidadão a sua incompetência em não saber combater eficientemente o crime. O que cidadão quer é segurança para si, familiares, seu patrimônio e para toda sociedade.
O que a população quer, são políticas publicas voltadas para o atendimento ao homem do campo, de enfrentamento da seca de forma que o sertanejo possa viver e conviver harmoniosamente com os longos períodos de estiagem, acabando de vez  o famigerado ‘carro pipa’, que só serve para enriquecer uma minoria de políticos mal intencionados e acoloiados pelo Poder, fazendo dessa necessidade moeda de troca eleitoral, transformando o homem do campo em eleitor encabrestado.
O que a população quer, é uma política pública voltada para facilitar e baratear o custo da produção, seja agrícola ou industrial, implantando um modal de transporte onde se utilize não apenas as rodovias para o seu escoamento, mais incluir neste modal o transporte ferroviário, fluvial e marítimo. O que se quer é que se monte uma infraestrutura eficiente e eficaz de mobilidade urbana e rural.

Enfim o que a sociedade quer e esperar é um serviço público eficiente e voltado para atender aos interesses de todos e não um Estado onde as ações são voltadas para atender os interesses de uma minoria que sempre vive à sombra do Poder.

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