domingo, 20 de outubro de 2013

“Não ser petista é a senha para ser tachado de direita”?

Recentemente o País político foi sacudido com a decisão de Marina Silva em se filiar ao PSB, diante da negativa do TSE em conceder autorização para a legalização do seu partido o Rede.
De início a  decisão do TSE é no mínimo suspeita, ao mesmo tempo que negou a Marina a ter o seu partido, dias antes havia autorizado o funcionamento de outros partidos que se desconhecem se realmente cumpriram o requisitos exigidos, já que um deles inclusive está sob suspeita de ter falsificado a assinatura de um juiz, entre os seus apoiadores.
Mas voltando a Marina, logo que tomou a decisão, ‘a chamada esquerda brasileira’ iniciou uma pressão pelas redes sociais, procurando colocar a pecha dela se encontrar a serviço da direita. A campanha partiu de alguns militantes de que se consideram de esquerda, apenas por estarem filiados em partidos que em tempos atrás se auto intitulava representantes ideológicos de esquerda, mas que hoje após a ascensão do PT ao Poder, apresentam uma prática política e tem procurado se aliar ao que há de pior na política nacional, apenas com o único objetivo, de continuar como coadjuvante da mamata que aí está.
Esses militantes, por serem submissos não admitem qualquer tipo de discordância em relação aos desmandos ora praticados e logo começam a taxar aqueles que não admitem a sequencia de erros e falcatruas de estarem a serviço da direita e outras baboseiras mais, apenas porque estão saindo debaixo da sola e deixando de serem paus mandados do PT.
Ora, se analisarmos as práticas utilizadas pelo PT de hoje, os seus métodos para governar e as alianças – políticas e econômicas -  com o que há de mais podre na política nacional, concluiremos facilmente que, quem deu uma guinada para direita conservadora foi exatamente o PT, que com suas coalizões partidárias e sua submissão a políticos como Sarney, Renan, Paulo Maluf, Collor de Melo, Jaber Barbalho e cia ltda., levando a  perda de espaço de lideranças oriundas das lutas sociais e que não foram cooptadas por cargos públicos comissionados.
Ao fazer renascer as múmias políticas que já deveriam de há muito estarem embalsamadas, quem demonstra está a serviço da direita é exatamente aqueles que tanto criticam os que são contra este estado de coisa.
Chega a soar estranhos os argumentos desses “esquerdistas” apenas porque as lideranças passaram a raciocinar e deixaram de serem massas de manobras de ‘líderes’ que tem como meta o Poder pelo Poder.
Lideranças por não admitirem que o Estado seja transformado em uma repartição corporativista, de transformar seus militantes em meros funcionários como forma de manter o controle estatal ou de que este mesmo Estado continue a ser uma extensão das manobras do seu partido político, de repente, como em um passe de mágica, deixam de ser aliados e segundo divulgam, passam a servir os interesses da direita. E porque não aos interesses maiores do País e de um novo modelo social de governar?
Ora, na democracia brasileira, ser filiado a um partido político não é argumento suficiente para fazer julgamentos de valor sobre quem quer que seja. São necessário e fundamental que se discuta programas, projetos e as conjunturas nacionais e locais. E isto nosos políticos não o fazem.
Marina é hoje PSB, e como centenas de ex-petistas que estavam insatisfeitos pelo rumo que o partido tomou ao chegar ao Poder, também abandonaram o PT ou seus aliados. E só por isso deixaram de ser de esquerda? Para ser de esquerda tem que seguir a cartilha petista de governar e pelo que se tem visto, não tem nada de esquerda? Ninguém pode ou deve pensar diferente ou se contrapor ao modelo e aos métodos usados?
Não podemos e nem devemos fazer juízo de valor das pessoas apenas porque não aceitam os modelos impostos e as alianças espúrias praticadas por aqueles que desejam se eternizarem no Poder.
Até seria mais fácil e cômodo ficar do lado daquele que temporariamente está no comando, pois como sabemos poderiam ser facilmente recompensados com as regalias dos gabinetes e com diversos cargos. Para estes sim, podemos tachar de oportunistas.
Mas lembrando àqueles que costumam criticar todos que não aceitam a sua cartilha doutrinária, e costumam nominar como de direita, o PT e seus eternos aliados, que antes de chegar ao Poder defendia a greve dos servidores é o mesmo PT que hoje faz comitiva de deputados e jabá na Globo contra o movimento sindical.
O Mesmo PT e aliado que sempre utilizaram os movimentos sociais em benefício próprio e tachavam os demais partidos como de centro ou de direita, é o mesmo PT que hoje se aconchega nas poltronas de Sarney, Renan, Maluf e Kassab; é o mesmo PT que acaba de receber de braços abertos a senadora Kátia Abreu, uma das maiores inimigas dos movimentos sociais do campo e do meio ambiente.
Foi o PT quem deixou de dialogar com os movimentos sociais e passou a frequentar os gabinetes luxuosos do PMDB, PP, PR, PSD, PP e outros menos voltados e de ideologia reconhecidamente de direita e por ter abandonado os movimentos sociais corre o risco de ver esses movimentos se aninharem nos braços do PSDB.
Então quem seria nesse caso de direita? Aqueles que preferem deixar de orbitar ao lado do que há de mais podre na política nacional para manter seus sonhos ideais ou aqueles que vendem a alma até ao diabo para se manter no Poder?
Portanto, para aqueles que ainda não acordaram fica o alerta, saia dessa letargia e não atire pedras no telhado dos outros pois o seu é de vidro, pois nominar todos aqueles que divergem da situação atual é não querer compreender e tentar passar uma imagem distorcida da realidade. É não compreender que o PT que ganha as eleições levado pelos movimentos sociais é o mesmo que governa com o PMDB, PP, PR, PSD.

Essa postura é no mínimo estranha, ou seja, a do uso instrumental dos movimentos sociais para a formação de gabinetes, porém, impõe políticas públicas que não respondem e nem atendem as demandas dos movimentos, além de em nome da governabilidade, buscar se alinhar ao que há de mais imundo no mundo político brasileiro.

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